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Preços do mercado de petróleo presos entre sanções e excedentes

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A single droplet of black crude oil suspended mid-air beneath a rippling pool of oil, against a stark white background.

O petróleo está em uma corda bamba no momento. De um lado, há uma tensão política crescente - com ameaças de novas sanções e tarifas que podem apertar a oferta global. Por outro lado, o mercado observa estoques crescentes e previsões de demanda fraca que sugerem que os preços deveriam estar caindo. 

Adicione alguns comentários contundentes de Trump, uma reunião iminente da OPEC+ e alguns dados de inventário que levantam sobrancelhas, e você tem um mercado que se mantém firme - mas vacilante. A geopolítica manterá o petróleo sustentado ou os fundamentos estão prestes a puxar o tapete?

Novas sanções e ameaças de tarifas alimentam prêmio geopolítico

O último impulso de alta veio depois que o ex-presidente Donald Trump emitiu um aviso severo - a Rússia tem 10 dias para avançar em um cessar-fogo na Ucrânia ou enfrentará uma nova rodada de penalidades econômicas. E desta vez, não são apenas sanções contra Moscou. Trump sugeriu a ideia de tarifas de 100% sobre países que ainda compram petróleo russo, o que causou um calafrio no mercado.

O impacto? Imediato. O petróleo subiu quase 4% em uma única sessão, com o Brent ultrapassando US$ 72 e o WTI flertando com US$ 69 - os níveis mais altos em mais de um mês. 

Gráfico de velas mostrando um movimento acentuado de alta nos preços do petróleo, com um pico de rompimento de abaixo de US$ 67,00 para acima de US$ 69,50, seguido por leve retração.
Fonte: TradingView

Segundo analistas, os traders não estavam apenas reagindo às manchetes; eles estavam precificando a possibilidade muito real de que mais de 2 milhões de barris por dia da oferta russa poderiam sair repentinamente do mercado se grandes importadores como a Índia mudarem de rumo (China, não tanto - Pequim provavelmente vai se manter firme).

Estoques de petróleo bruto aumentam enquanto crescimento da demanda desacelera

Enquanto o cenário geopolítico está fervendo, os fundamentos ainda sussurram: “calma aí”. Os estoques de petróleo bruto dos EUA subiram inesperadamente na semana passada - um aumento de 1,539 milhão de barris segundo o API - o que não é o que se espera ver em um mercado supostamente apertado. 

Gráfico de barras mostrando mudanças semanais nos estoques de petróleo bruto dos EUA em milhões de barris de agosto de 2024 a 25 de julho de 2025.
Fonte: American Petroleum Institute (API), TE

A demanda, por sua vez, não está incendiando o mundo. A International Energy Agency reduziu sua previsão de crescimento da demanda para 2025 para apenas 700.000 barris por dia - o ritmo mais lento desde 2009.

E não é só a demanda que está andando devagar. A oferta também está aumentando discretamente. A OPEC+ continua bombeando, os EUA estão mais do que prontos para aumentar a produção (Trump praticamente desafiou o mercado a testá-los), e a Venezuela está esperando nos bastidores, na esperança de receber sinal verde para reiniciar operações sancionadas.

Então, apesar da retórica inflamável e dos preços em alta, o equilíbrio básico entre oferta e demanda parece... bem, um pouco superalimentado.

Rompimento técnico ou rali falso? 

Aqui é onde fica ainda mais interessante. O rali de preços não foi apenas sobre manchetes - também acionou alguns gatilhos técnicos. O WTI rompeu acima da sua média móvel de 200 dias, desencadeando uma onda de compras técnicas. As opções de compra agora superam as de venda pela primeira vez em semanas, e os consultores de trading de commodities passaram de posição líquida vendida para líquida comprada. O momentum, por enquanto, aponta para cima.

Mas aqui está o problema - grande parte desse movimento está sendo impulsionada pelo que pode acontecer, não pelo que já aconteceu. Se o prazo de 10 dias passar sem sanções, ou se os compradores globais desmascararem o blefe de Trump, os preços podem se desfazer tão rápido quanto subiram.

Eventos-chave que podem movimentar o mercado de petróleo a seguir

Não faltam eventos que podem movimentar o mercado no horizonte. Temos:

  • A decisão de taxa do Federal Reserve dos EUA (vão indicar cortes ou manter postura hawkish?)

  • Novos dados de inventário da EIA

  • O prazo comercial de 1º de agosto entre os EUA e seus principais parceiros

  • E, claro, a reunião da OPEC+, que determinará quanto petróleo entrará no mercado em setembro

Ah, e não vamos esquecer os dados macro mais amplos: o PMI da China, os empregos não agrícolas dos EUA e até a atualização da política do Banco do Japão podem influenciar o sentimento sobre a demanda global de energia.

Os preços do petróleo estão estáveis por enquanto, mas estão em terreno instável segundo os analistas. O prêmio de risco geopolítico mantém os preços flutuando - mas se a diplomacia esfriar as manchetes, o mercado pode voltar a focar nos fundamentos. E os fundamentos são... bem, não particularmente otimistas.

Então, o petróleo vai se manter ou cair? Segundo os analistas, depende se o mercado continuar negociando com base no que está acontecendo no mundo real ou no que pode sair de Washington na próxima semana.

No momento da redação, os preços estão em modo de descoberta após um grande movimento de queda semanas atrás. A narrativa otimista é apoiada pelas barras de volume que mostram pressão dominante de compra nos últimos 3 dias. Se o rali continuar, poderemos ver os preços ultrapassarem a marca dos US$ 70. Por outro lado, se os preços cederem aos fundamentos, poderemos ver uma reversão. Uma queda significativa poderia manter os preços nos níveis de suporte de US$ 64,73 e US$ 60,23.  

Gráfico diário de velas do WTI Crude Oil mostrando um rompimento acima do nível de resistência de US$ 64,73, agora entrando em uma “área de descoberta de preço” perto de US$ 69,18.
Fonte: Deriv X

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Os números de desempenho citados não garantem resultados futuros.